TEXTO
DISSERTATIVO
EDUCAÇÃO ESCOLAR DE PESSOAS
COM SURDEZ- ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO EM CONSTRUÇÃO
Focalizando
de forma específica a Educação Escolar das Pessoas com Surdez e remetendo-nos a
estudos que vem trazer informações necessárias e precisas, vem se tornar
relevante lembrarmos que, aproximadamente há dois séculos esse enfoque
dualista, entre gestualistas e oralistas, permeiam e ocupam importante lugar
nas Políticas Públicas do nosso país, seja na escola comum ou especial.
Enquanto
as discussões ficam centradas na aceitação de língua uma ou de outra,as pessoas
com surdez não tem o seu potencial individual e coletivo desenvolvido,ficam
secundarizadas e descontextualizadas das relações sociais das quais fazem
parte,sendo relegadas a uma condição excludente ou a uma minoria. (DAMÁZIO 2010
p.46 )
E
diante de uma Política Educacional que esteja voltada para uma Educação Escolar
para as pessoas com surdez,com propostas descontextualizadas com o mundo real
das pessoas surdas, vem se tornar preciso uma releitura das propostas que o
espaço escolar tem sido remetido, para que as práticas de ensino e aprendizagem
na escola comum pública e privada, possa então ser caracterizada pela sua eficácia, na busca de uma verdadeira
produtividade e qualidade inerente para a educação da pessoa surda, a qual por
sua vez vem se fundamentar em três abordagens diferentes: a oralista, a
comunicação total e a abordagem por meio do bilingüismo.Onde as duas primeiras
não favoreceram o desenvolvimento das pessoas surdas, negando a língua natural
desses alunos. Já a abordagem bilíngue busca capacitar a pessoa com surdez para
a utilização das duas línguas, ou seja, a língua de sinais e a língua da
comunidade ouvinte.
Em
meio a essa realidade, a abordagem bilíngüe vem se legitimar, a partir da sua
obrigatoriedade que se afirma no Decreto 5.626 de 05 de Dezembro de 2005, que
vem determinar o direito de uma Educação em que a língua de sinais e a língua
portuguesa em sua modalidade escrita, ocorram de forma simultânea e que acesso
as mesmas colaborem com o processo educativo do aluno com surdez.
Dessa
forma podemos compreender que o fracasso do processo educativo das pessoas com
surdez, não é um problema somente relacionado com a aplicabilidade dessa ou
daquela língua e sim o problema está na qualidade das práticas pedagógicas das
nossas escolas.
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA PESSOAS COM
SURDEZ – AEE PS
Este
por sua vez, vem respeitar e garantir o acesso as duas línguas obrigatórias
para o atendimento do aluno com surdez, possibilitando um melhor ambiente de
aprendizagem e buscando metodologias que promove o desenvolvimento afetivo,
social, cognitivo e lingüístico desse aluno.
E
assim o AEE-PS elabora seu plano envolvendo três momentos didático-pedagógicos:
AEE em libras; AEE para o ensino da língua portuguesa e o AEE para o ensino de
libras.Devendo assim respeitar o ambiente comunicacional das línguas e a
participação ativa dos alunos com surdez, em prol de um verdadeira
aprendizagem.
Enfim
é preciso que a nossa sociedade acredite na inclusão e assim contribua para o
desenvolvimento de uma Educação que atenda à todos, ouvintes e oralistas, onde
o processo de construção do saber possa ser compartilhado também por todos.
DAMÁZIO, M.F.M; FERREIRA, J.
Educação Escolar de Pessoas Com Surdez- Atendimento Educacional Especializado
Em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V .5.2010. p.46-57.